O pensamento político de que uma
eleição começa quando a outra termina sempre é fato. Aquela história de
desarmar palanque fica apenas na oralidade. Na prática, as articulações e os
planejamentos para 2024 começaram. Em João Alfredo – município onde grande
parte do eleitorado “respira” política 24 horas por dia – não seria diferente. E
a próxima disputa pelo comando da prefeitura promete repetir o acirramento na
busca pelos votos dos joaoalfredenses.
Candidata a deputada federal, Vânia
de Oim (PODE) passou dos quatro mil votos, com o apoio de apenas dois
vereadores: Oim (PSD) e Adriano Santos (PSD). O teste do nome dela nas urnas
deu certo. Por tabela, o resultado animou o grupo e naturalmente lhe lança como
pré-candidata a prefeita. A vitória de Cléber Chaparral (UB) para deputado
estadual, companheiro de dobradinha, além da governadora Raquel Lyra (PSDB),
apoiada por ela no segundo turno, também são fatores positivos.
Pela situação, o prefeito Zé Martins (sem partido) fez o candidato a deputado federal Valdemar Oliveira (Avante) majoritário, com mais de 5.700 votos, porém, além do gestor, ele contou com o apoio de nove vereadores que integram a base. Nas análises dos números, colocando mais razão do que emoção, duas fontes ligadas ao cenário político local asseguraram que o poder de transferência de votos do grupo da situação deixou a desejar. Contudo, inegável a liderança de Zé.
O resultado ainda mostra que o
eleitorado continua dividido como em 2020, deixando tudo em aberto para 2024. Vários
prefeitos com a máquina na mão perderam a reeleição, a exemplo de Joãozinho
(Limoeiro), João Lira (Bom Jardim) e Renya Carla (Passira), portanto, Martins
precisará saber lidar com o fato de estar na cadeira de prefeito para não
cometer exageros nos gestos e nas falas, pois em algum momento pode pesar
negativamente.
Recente exemplo está no presidente
Jair Bolsonaro (PL), que mesmo enfrentando o desgastado Lula (PT), o qual fez
questão a todo momento de mencionar ser ex-presidiário, perdeu. Durante os
quatro anos, se Bolsonaro pensa melhor antes de falar, era reeleito sem dificuldade.
Muitos votaram em Lula pela rejeição que criaram ao perfil do presidente, nem
tanto pela gestão, mais pelo perfil. Ah, e quanto a ter mais aliados, eles são
nuvens, que vem e vão. Confiar, só em Deus.