Diante de considerável público que ocupou os assentos do auditório da Academia Pernambucana de Letras, no Recife, na tarde do último sábado (26), e de uma mistura de gerações que "mergulha" na cultura do seu povo e se "embebeda" das produções vindas do Interior do Estado, o espetáculo "O Peru do Cão Coxo", produto cênico do Centro de Criação Galpão das Artes, de Limoeiro, cumpriu mais uma agenda, levando alegria e conhecimento, outra vez, para a capital. A peça tem texto de Ariano Suassuna e direção de Charlon Cabral.
No público, registro de presenças como Margarida Cantarelli, Salett Tauk, Rúbia Lóssio, Cida Pedroza, Roberto Pereira e Cícero Belmar. "Oportunidade de ver reunidas pessoas, intelectuais da sociedade pernambucana para assistir, assim como, junto com a professora Flávia Suassuna, um belíssimo espetáculo, que traz a força do fazer teatral pernambucano", disse o poeta Antônio Mendes, que sempre se orgulha em dizer que é limoeirense e esteve lá. "O Galpão das Artes sabe, as vezes diante de tanto sufoco, trazer alegria e emoção, aprendizado", completou.
No elenco, estão Geraldo Cosmo, Charlon Cabral, Aldemir Freire, Gaby Salles, Patrícia Assunção, Deyvsson Alves e Thiago Freitas. Na criação do cenário, Charlon Cabral volta à cena. A direção de arte conta com as mãos de Thiago Freitas, enquanto o figurino, rico em retalhos, passaram pelo zelo e capricho dos costureiros Wellington Pereira e Thiago Freitas. Já a direção musical tem a assinatura do maestro Aldemir Freire. “Ariano Suassuana promove motivação e luta por justiça social até na comicidade”, ressalta o presidente do Galpão das Artes, Fábio André.
"O Galpão das Artes e a cidade que o sedia, Limoeiro, merecem destaque na Cultura de Pernambuco. A notícia é a apresentação do dia 26 de abril, quando o querido grupo esteve na Academia Pernambucana de Letras e fez um espetáculo magistral que encantou um auditório lotado. A quantidade de mensagens que recebi conta a minha alegria e a minha satisfação com o lindo espetáculo que tivemos o privilégio de assistir. Minha ligação com o Galpão das Artes e, consequentemente, com Limoeiro é total. Espero tudo de bom para o Galpão e para Limoeiro. E rezo para que o entusiasmo continue presente, a fim de que a voz do meu tio querido Ariano Suassuna continue a ser ouvida Brasil afora", Flávia Suassuna, escritora, ensaísta, professora e poetisa.
"Que exemplo de profissionalismo e resiliência cultural desse grupo de teatro de Limoeiro. Obrigada pelas horas de encantamento profundo, por nos enternecer com a genialidade do nosso eterno Mestre Ariano Suassuna. O espetáculo remonta essa forte relação do nordestino com a religiosidade cristã-católica, parte do simples, das belezas da vida, enaltece nossa "pernambucanidade". O palco é uma obra de arte a parte, o figurino é belíssimo; a maquiagem é delicada e assertiva, o elenco é afiado, não deixa buracos na encenação. E onde fica o Peru? E o Cão Coxo? Ah, eles roubam a cena e vocês só vão descobrir algo concreto sobre isso e muito mais se tiverem a oportunidade de assistir a esse espetáculo", Helena Lua e Flor.