No primeiro discurso após ser declarada eleita
governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) pregou o tom da unidade, afirmando
que, a partir de janeiro de 2023, será um governo de “construção de pontes”. A
tucana utilizou a figura de linguagem para indicar que terá diálogo aberto com
grupos, esferas e poderes. Na prática, ela começou bem ao sentar com os
deputados federais e estaduais (atuais e eleitos) para pedir apoio na indicação
de recursos e apresentar prioridades.
As palavras de muitos eleitos em palanques
diferentes após os encontros mostram que o clima – ao menos no começo da gestão
– será de harmonia. Claro, ter oposição é mais do que importante, é necessário.
A fiscalização dos legisladores é fatia determinante para proteção dos bens e
recursos públicos. Contudo, se a ex-prefeita de Caruaru manter o palanque
desmontado e souber filtrar críticas, terá terreno fértil para plantar e colher
bons frutos. É quem ganha é o pernambucano!
A experiência como gestora da maior cidade do
interior pernambucano ajudará Lyra na tomada de decisões. Montar uma equipe de
secretários que mescle conhecimento técnico com habilidade política também será
primordial. Mas, além disso tudo, precisará de coragem para ações impopulares, força
para quebrar vícios e agilidade para tirar promessas do papel. Caso contrário,
será apenas mais uma de família tradicional na política pernambucana a
construir “passagens molhadas”. Sorte, Raquel.