MPPE recomenda fim de terceirização de profissionais de saúde em Cumaru


O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou à prefeitura de Cumaru que anule e rescinda o contrato com a empresa Medical Mais Serviços em Saúde Ltda para evitar a terceirização de profissionais que atuam na Secretaria Municipal de Saúde. A gestão tem um prazo de 90 dias a contar da notificação para tomar as providências.

De acordo com o MPPE, a prefeitura não realiza concurso público há 17 anos e durante o período tem contratado o setor privado para ocupar cargos permanentes na saúde pública. O MPPE recomenda ainda a realização de seleção pública enquanto um novo concurso público seja organizado.

Após o prazo de três meses, o município deve informar à Promotoria de Justiça de Cumaru sobre a rescisão do contrato e comprovar a abertura de seleção pública para substituir os terceirizados. De acordo com o Portal da Transparência, a prefeitura pagou a Medical Mais no exercício de 2019 o valor de R$ 1.619.050,48.

“Embora a Constituição Federal preveja que o concurso público é uma das formas de investidura em cargos e empregos públicos, a legislação brasileira permite que a cobertura assistencial em saúde de uma determinada área possa recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada, caso constatadas insuficiências, a participação complementar dos serviços privados deverá ocorrer por meio de contrato ou convênio, dando-se a preferência a entidades filantrópicas e sem fins lucrativos, o que não ocorreu com a contratação da prestadora de serviços médicos em questão”, diz a recomendação do MPPE.

Ainda segundo o MPPE, “após a homologação do concurso público e a posse de servidores médicos efetivos, o município deverá somente contratar médicos sem concurso público de forma excepcional e por prazo determinado”. Caso ocorra a contração de serviços de saúde complementares, deverá ser dada preferência a entidades sem fim lucrativo.