A prestação de contas da Prefeitura de Machados, referente ao Exercício 2015, tendo como ordenador de despesas o ex-prefeito Argemiro Pimentel (eleito pelo PT) foi votada pelos vereadores na noite dessa segunda (27). O parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado (TCE) havia recomendado a aprovação com ressalvas, contudo, a Comissão de Finanças do Legislativo emitiu um relatório dando parecer de rejeição. Dos 9 vereadores, 7 compareceram e 2 estiveram ausentes.
Para a prestação de contas ser rejeitada, conforme sugeriu a Comissão de Finanças, precisaria de 6 votos, ou seja, 2/3 do plenário. Mas, dos 7 presentes, apenas 5 seguiram o entendimento da Comissão: Ailton Barbosa (PL), Antônio José (PL), Everaldo Francisco (PSB), Gilberto José (PL) e Luciano José (MDB). O vereador Sílvio Borba (PSB) seguiu o parecer do TCE e votou pela aprovação. Já Elis Cunha (PSB) e Santos (PSB) não compareceram. E o presidente da Câmara, José Rogério (PSB), optou em não votar.
Portanto, os 5 votos a favor da rejeição não foram suficientes, resultando em contas aprovadas com ressalva. Com esse resultado, as prestações de contas de 2013 a 2017 estão aprovadas. Ainda faltam ser votadas pelos vereadores os exercícios 2018, 2019 e 2020. Conforme apurado pelo Blog do Agreste, o presidente do Legislativo votou nas prestações de 2016 e 2017, diferente dessa última. Nossa reportagem entrou em contato com ele para saber o motivo, mas até o fechamento dessa matéria não obteve retorno.
"Mais uma etapa superada! Seguindo em frente, com fé em Deus e Nossa Senhora passando na frente", postou Pimentel nas redes sociais. Meses atrás, ele iniciou articulações políticas e se colocou como pré-candidato a prefeito para 2024 pelo Republicanos. Na última eleição municipal, Argemiro fez o sucessor, Juarez Rodrigues (Avante), que havia sido vice dele nos dois mandatos. Mas, alguns meses após o início da gestão, eles romperam, travando um embate com declarações polêmicas em áudios de aplicativos e entrevistas.
Faltosos - Em resposta ao Blog do Agreste, a vereadora Elis Cunha, que preside a Comissão de Finanças da Câmara de Vereadores de Machados, justificou "motivos de saúde" pelo não comparecimento à sessão de votação da prestação de contas de 2015 da Prefeitura de Machados. "Todos sabem que, ultimamente, vivo com meu sobrinho (indo) para o IMIP. Houve uma emergência com ele e tive que de imediato ir para Recife. Retornei agora pouco (manhã da terça, 28), por sinal", declarou.
Já o vereador Santos apresentou duas viagens de suporte como justificativa, sendo uma familiar e outra de cunho social: "O motivo é que eu tinha duas viagens: uma era levar uma senhora para o Hospital Osvaldo Cruz, onde a mesma tinha que estar lá às 6h da manhã, a qual eu pedi para ela ir no ônibus da prefeitura para não perder a consulta do filho dela. E a outra situação era levar a minha cunhada para o aeroporto, pois a mesma ia viajar para o Rio de Janeiro com a sua filha e o seu genro (na parte da tarde).
E depois que deixei eles, pedi para a minha esposa ligar para esta senhora, pois ela tinha o contato desta mulher e daí não conseguimos, pois ela estava sem internet, mesmo assim me desloquei do aeroporto até o referido hospital, mas ao chegar lá tive a informação que a mesma veio em um outro carro da prefeitura que chegou lá para pegar outros pacientes. O motivo de ir buscar ela, a criança e uma acompanhante, era porque o ônibus chega muito tarde em Machados e eles moram no sítio".
Ainda na resposta enviada ao Blog do Agreste, ele completou afirmando não ter chegado no horário da reunião: "De lá, fiz o deslocamento para Machados, onde cheguei tarde e não deu tempo para comparecer à reunião, tendo em vista que informei a um funcionário da Câmara (de Vereadores de Machados) que eu poderia não chegar a tempo. Durante os meu dois mandatos, essa foi a minha segunda ausência. Sempre fui exigente comigo mesmo e não fujo das responsabilidades", pontuou.