Coluna Política | "Ciumeira Política": uma dose de paciência faz bem


Da mesma forma que as discussões sobre as eleições municipais do próximo ano começaram a todo vapor, a ciumeira política também. Nas últimas semanas, após conversar com três líderes de grupos, sendo dois deles prefeitos, percebi que, em alguns casos, tem sido mais difícil lidar com os conflitos internos do que com os ataques adversários. Os afagos públicos de muitos “companheiros de grupo” são apenas maquiagem de bastidores que fervem nas discussões por espaços e benefícios.

 

Pontuei que há rompimentos políticos que não estão ocorrendo meramente por falhas ou possíveis irregularidades na gestão, mas sim, exclusivamente, porque os anseios pessoais não estão sendo atendidos como A ou B gostaria. Isso lembra o dito popular: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. Estamos na fase do gente indo e gente vindo nos quatro cantos do país tropical. Portanto, para quem está lidando com ciumeira política, uma dose de paciência faz bem.

 

Justiça 1 – Vereador pela cidade do Recife e suplente de deputado estadual do PSB, Davi Muniz entrou com uma ação na justiça por conta da desfiliação do deputado Jarbas Filho para retornar ao MDB. Quando um político deixa o partido, sem justa causa, pelo qual se elegeu fora do período da janela partidária corre o risco de perder o mandato por conta da “infidelidade partidária”. Contudo, para tal, Jarbas contou com carta de anuência assinada pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. 

 

Justiça 2 – O movimento do filho de Jarbas Vasconcelos foi logicamente baseado nas recentes alterações eleitorais de 2021 que deram maior garantia à carta de anuência, leia-se, proteção constitucional. Porém, com a ação impetrada por Muniz surge também a dúvida se o estatuto partidário socialista passou pelas devidas atualizações que garantem que apenas a assinatura do presidente, sem consulta e discussões do colegiado, permitam a desfiliação. A novela apenas começou!

 

Rápidas

Limoeiro – Os mais de 400 votos na eleição passada animaram Novinho Vigilante. Ele mantém o trabalho “formiguinha” e segue no grupo do prefeito de Orlando Jorge (PODE). Para muitos não será surpresa se alcançar uma cadeira de vereador em 2024.

 

Ipojuca – A prefeita Célia Sales deixou o PTB e ingressou no PP, fruto de articulação do presidente estadual da legenda, deputado federal Eduardo da Fonte. Durante anos, Célia manteve parceria política com o ex-deputado federal Ricardo Teobaldo (PODE).

 

O povo quer saber – Como ficará o clima entre Davi Muniz e a cúpula do PSB?