Gravatá | Audiência pública debate anulação de concurso público


Uma audiência pública realizada na última sexta (15), no plenário da Câmara de Vereadores de Gravatá, debateu o cancelamento do último concurso público da Prefeitura Municipal. Membros de uma comissão formada por candidatos discordam da decisão do governo que, por meio de decreto publicado no Diário Oficial dos Municípios, anulou em definitivo o certame. Nas redes sociais, o presidente da mesa diretora do Poder Legislativo, vereador Léo do Ar (PSDB), avisou que novos desdobramentos haverão sobre a pauta em destaque.


O concurso aberto para 515 vagas em diversos cargos ocorreu em meio a diversas denúncias e processos judiciais. A prova foi aplicada em novembro de 2020, reta final da gestão do então prefeito Joaquim Neto (PSDB), descumprindo, segundo a atual Procuradoria Municipal, à Lei Complementar nº 173, que trata da pandemia. Também havia uma decisão contrária à aplicação da prova pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Durante entrevista ao site Estratégia, o procurador Geral do município, Brasílio Guerra, explicou como a atual gestão recebeu o concurso público.


“Se viu a necessidade de enfrentar essa questão do concurso público e se viu realmente a existência de graves problemas. O concurso foi realizado em 2020, inclusive, com desprezo à Lei Complementar nº 173, que trata da pandemia, das medidas sanitárias e, por incrível que pareça, no final de novembro, a prova foi aplicada. Inclusive contra uma decisão do Tribunal de Contas do Estado que proibia a realização da prova. Além disso, esse concurso de Gravatá teria a finalidade de prover cargos vagos, mas não foi isso que se viu.

 

Na verdade, há uma lei municipal de 2019 criando cargos. Há uma série de irregularidades que culminaram até com ações na justiça, pelo Ministério Público, pela ação popular. Todas com medidas liminares suspendendo esse concurso. E, por fim, o Ministério Público de Contas recomendou a anulação do concurso público de Gravatá. Há uma série de irregularidades graves e a atual gestão não teria outra alternativa senão tornar esse ato do concurso como anulável, atendendo, com isso, ao Ministério Público de Contas do estado de Pernambuco.


Esse ato, evidentemente, tem repercussão. Os candidatos pagaram, por exemplo, as taxas para se inscrever no concurso e a gestão está preocupada com isso, porém, é bom que se diga que parte considerável desse valor das taxas foi repassado para a empresa que realizou esse concurso.

 

Em razão disso, o munícipio de Gravatá está ajuizando ações de improbidade e de ressarcimento contra essa empresa e contra o ex-prefeito do município e a Secretaria que respondia, que ficou à frente desse concurso público. Portanto, não é só anular, mas agir no âmbito judicial, visando à declaração de improbidade de quem agiu contrariamente à lei e obter o ressarcimento dos valores pagos para, com isso, evidentemente, o município fazer o ressarcimento”, Brasílio Guerra.