sexta-feira, 30 de abril de 2021

Juliana de Chaparral questiona critério para distribuição das vacinas na capital


O anúncio do início da vacinação de professores do Recife contra a Covid-19 continua repercutindo. Vários prefeitos pernambucanos questionam o Governo do Estado sobre o critério estabelecido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) para distribuição de doses para capital pernambucana, que é governada por João Campos (PSB), mesmo partido do governador Paulo Câmara.


Nessa quinta (29), quem quebrou o silêncio foi Juliana de Chaparral (DEM), prefeita de Casinhas, no Agreste. Através de carta aberta, a gestora, que também é professora, disse que ficou feliz ao saber da notícia de vacinação dos professores recifenses, mas pediu explicações sobre os critérios para que isso aconteça, já que não há vacinas disponíveis para os professores de outras cidades. Confira abaixo a carta na íntegra:

 

"Hoje o fato de termos visto os professores da nossa capital sendo vacinados nos causou alegria, mas nos trouxe muitas interrogações. Como professora e prefeita do Município de Casinhas, pensei: os professores de Recife são melhores que nós? Não pertencemos ao Estado de Pernambuco? Qual critério o governo do estado usou para atender a distribuição das vacinas na capital e esqueceu os outros municípios?

 

Como se sabe os professores desde o início da pandemia têm se reinventado para ofertar um ensino de qualidade. Contudo, sabemos das dificuldades enfrentadas por nossos alunos. Muitos não têm acesso à internet, não tem computador nem mesmo celular. Meu desejo como professora, como mãe, como prefeita é ver voltar a alegria dos estudantes nas salas de aula. É termos o retorno das aulas presenciais. Mas para esse precisamos dos nossos PROFESSORES PROTEGIDOS!

 

Temos nos redobrado para aplicar as doses de vacinas que chegam ao município. Nossa meta, enquanto gestão, nunca foi fazer mídia, e sim salvar vidas. Precisamos nos unir. Precisamos de esclarecimentos. Precisamos que as autoridades governamentais reflitam o porquê de estarem tratando os outros municípios de Pernambuco de forma desigual.

 

Nesse momento recordo uma frase de Santo Agostinho que dizia “não basta fazermos coisas boas, mas precisamos fazê-las bem!” Vamos unidos, Professores casinhenses e pernambucanos, lutar para que cada um de nós que trazemos conosco a bravura do leão do norte tenhamos igualdade de  direito, o direito de receber nossa vacina, nossa gota da misericórdia”. Juliana de Chaparral, prefeita de Casinhas.