Questionado pela reportagem do Blog do Agreste sobre pré-candidatura a prefeito do município de Salgadinho, o ex-prefeito Luís Belo disse que ainda não se posicionou sobre o assunto, justificando ser muito cedo. Ao mesmo tempo, confirmou que alguns amigos e lideranças (políticas) têm cobrado para que ele se coloque como uma opção na eleição do próximo ano. "Alguns têm praticamente feito uma exigência e uma cobrança permanente para que eu seja candidato", revelou Luís.
Na conversa com o Blog, o ex-prefeito foi objetivo ao confessar que não desfruta de muitas pretensões em voltar a disputar o Governo de Salgadinho, detalhando que não tem muito tempo disponível e que tem se dedicado e se ocupado com os negócios particulares. Belo também fez uma análise do momento atual de dificuldade vivido pelos municípios brasileiros, alertando para o modelo adotado pelo Governo Federal de concentração das receitas na União, o que acaba desmotivando um possível candidatura.
"O país vive um momento difícil, a economia numa recessão. O repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de uma maneira muito restrita. Então fica difícil de querer ser candidato numa hora dessa, onde, na verdade, o país inteiro está em dificuldade. Essas mudanças do Governo Lula centralizam o dinheiro todo em Brasília, onde, na verdade, os municípios acabam sendo penalizados. Os problemas maiores estão nos municípios. É onde está a população", comentou Luís.
Diante do cenário analisado, Belo classificou como "pré-maturo" uma posição de candidatura, sabendo das dificuldades dos municípios pequenos e com poucas receitas. Ao Blog do Agreste, ele relembrou a fase em que esteve como prefeito, fazendo uma autoavaliação de "boa gestão". "Nunca atrasei pagamento de funcionário, nunca atrasei décimo terceiro, sempre mantive muita pontualidade com poucos recursos e com FPM de 0,6. Hoje o município tem até um FPM maior", ressaltou.
Luís Belo lembrou que o FPM deverá voltar a ser 0,6 (em decorrência do quantitativo populacional computado pelo IBGE no último Censo Demográfico). "Será uma grande dificuldade em gerir um município como Salgadinho com recurso tão pequeno. Então é muito cedo, ainda não há essa decisão da minha parte. Sou um 'cara' muito ocupado e não vivo de política, vivo dos meus negócios, sempre vivi independente de política. E lhe confesso que a política, hoje, no Brasil, é algo muito difícil de fazer", pontuou.
Ele sublinhou que a população quer e necessita do melhor, mas sem recusos acaba não sendo impossível executar as ações. "Você fica muito restrito e muito limitado. E se eu pudesse voltar, eu teria que fazer uma administração ainda melhor do que já fiz. Não gostaria de voltar para não ser melhor do que já fui. Teria que ser de uma forma onde eu pudesse retribuir essa confiança da população depositada em mim, fazendo um trabalho muito melhor do que já fiz lá no passado", disse Luís.
O empresário avaliou não ver perspectiva, no atual momento de crise no país, de fazer uma administração que possa superar as anteriores, apesar das dificuldades que, segundo ele, encontrou ao assumir o município. Por fim, voltamos a pergunta inicial de disputar a Prefeitura de Salgadinho em 2024. Ele finalizou assim: "É muito cedo ainda. Vamos aguardar o ano que vem, ver se a economia começa a melhorar, se a conjuntura política do país possa mudar, principalmente, essa distribuição de recursos, onde os municípios possam ser mais valorizados. No momento, são só especulações. Vamos aguardar o desenrolar do tempo e o amanhã a Deus pertence".