No município de Orobó, finalizada a
coleta de dados do Censo Demográfico 2022, o número de habitantes reduziu
consideravelmente. O resultado preocupa poder público e sociedade civil, segmentos
que consideram os números longe da realidade. De acordo com o próprio Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, ano do último censo, a
população era de 22.878 pessoas, com estimativa de 23.985 moradores para 2021.
No balanço apresentado durante recente reunião com representantes de vários segmentos e
participação de servidores do IBGE, com base no Sistema Integrado de
Gerenciamento e Controle (SIGC), a atual população recenseada de Orobó caiu
para 20.558. Os dados ainda mostram que 7.138
domicílios foram entrevistados e 2.384 estavam fechados. Esse último dado de “casas
fechadas” acendeu o questionamento de muitos oroboenses com relação ao trabalho dos recenseadores.
Atualmente, a Atenção Básica da
Secretaria de Saúde de Orobó possui ativamente 23.861 habitantes, os quais
estão vinculados as 10 Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município. Esses
cidadãos são acompanhados sistematicamente pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS)
nas diversas comunidades oroboenses. Inclusive, esses dados foram protocolados,
no dia 22 de novembro, através de ofício, para o coordenador municipal do Censo
2022, Gilvanelio Gilvan Aguiar da Silva.
Reclamação - O comerciante André
Ferreira, natural de Orobó, disse que nenhum membro da família dele foi entrevistado. E um detalhe: o lojista mora no
centro da cidade. “Até hoje não veio nenhuma pessoa do Censo me entrevistar.
Tenho esposa e filho, moro na Avenida Estácio Coimbra, e meu comércio é aberto das sete da manhã até seis da tarde, e não
fecha para almoço, isso de segunda a sábado”, afirmou André num vídeo postado
nas redes sociais (confira abaixo).
Ainda no vídeo, o oroboense pediu
mais responsabilidade aos coordenadores do Censo Demográfico e cobrou para ser entrevistado
pelo recenseador. André também alertou para que o trabalho de coleta de dados não
fique pela metade, pois prejudicará o município. Numa possível redução da
população, consequentemente caem drasticamente os repasses dos recursos do
Fundo de Participação dos Municípios (FPM), comprometendo diretamente os
serviços básicos ofertados à população.
Colaboração –
A partir do momento que os dados foram apresentados e mostraram redução da
população de Orobó – quando a expectativa seria o aumento – foi montado um
Comitê de Urgência, formado por prefeito e vice, secretários municipais,
diretores de escolas, agentes comunitários de saúde, representantes de
sindicatos rurais, entre outros voluntários, para captar, a exemplo de André
Ferreira, pessoas que moram no município, mas que não foram contabilizadas no censo.
De acordo com informações apuradas
pelo Blog do Agreste, os recenseadores escalados para Orobó já foram retirados
de campo, diante da afirmativa de que a coleta teria terminado. Contudo, houve sinalização do IBGE para que os recenseadores
que estão atuando no vizinho município do Bom Jardim possam ser
utilizados em Orobó. Nesta próxima semana, o comitê continuará
cobrando ao IBGE a coleta de dados das famílias que não
foram entrevistadas.