Foto | Genival Paparazzi |
Durante evento no salão de um hotel no Bairro de Boa Viagem, no Recife, na manhã desta sexta (25), a deputada federal Marília Arraes filiou-se e assumiu a presidência do Partido Solidariedade (SD) no Estado. A parlamentar deixou o PT depois de seis anos. Ladeada pelo presidente nacional do SD, Paulinho da Força, ela também anunciou oficialmente a pré-candidatura ao Governo de PE.
"Pernambuco voltar a sonhar e a ter esperança. Vamos chegar a cada município de Pernambuco. Eu decidi sair da zona de conforto e ir para o embate por uma causa que representa muitos pernambucanos. É preciso ter coragem para enfrentar os poderosos e os projetos de poder pelo poder", disse Marília. "Permaneço do lado que sempre estive. E no Brasil, vamos seguir com Lula", completou.
Além da peça publicitária com a imagem de Lula (PT) que ilustrou o cenário da entrevista coletiva, Marília Arraes, por diversas vezes, reafirmou o apoio ao petista. "Temos um relacionamento de carinho e respeito um pelo outro. Vamos com Lula, com muito trabalho, muita coragem e muita solidariedade. O povo brasileiro sabe quem sempre esteve com Lula no bom e no ruim", reforçou.
No discurso e nas resposta aos jornalistas, Marília bateu várias vezes na tecla do combate ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ressaltou que o SD segue o "projeto Lula" na esfera nacional. O partido Solidariedade foi o primeiro a anunciar publicamente que apoiará a candidatura de Lula. Estamos tranquilos juridicamente, e politicamente também, que é o mais importante", pontuou.
Nas questões que envolvem o PSB, partido aliado ao PT e que dará palanque ao ex-presidente em PE, quando perguntada sobre o sentimento de agora integrar o campo da oposição, Marília Arraes foi objetiva: "Não foi agora que eu cheguei à oposição. Fui eleita pelo povo do Recife para estar na oposição. Vocês lembram. O PSB fez uma campanha em cima do antipetismo em 2016 e 2020", relembrou.
Ela também sublinhou que, em 2020, na disputa pela Prefeitura do Recife, o PSB atacou Lula e até a vida pessoal dela, citando um fato que envolveu religião. "Foi a campanha mais suja que o Recife já viu na sua história". avaliou. Sobre o PT estadual, não escondeu as adversidades entre ela e alguns líderes do partido e disse que ultrapassou o limite das tentativas de conciliar a forma de como o PT é comandado no Estado.
Palanques - Sobre formação de chapas proporcionais e articulações para apoio político, Marília Arraes afirmou ter todas as intenções de dialogar com os campos que vão de encontro a Bolsonaro e de dialogar com os lados que defendem a bandeira de Lula. Ela disse ainda que não tem o perfil de sair das reuniões políticas falando o que foi conversado, mas que existem encaminhamentos.
Durante todo o ato, a deputada não citou nomes que possam aderir ao projeto de pré-candidatura a governadora. Um analista político consultado pelo Blog do Agreste disse que o "silêncio" não representa total inexistência de apoio, mesmo ela iniciando as tratativas depois de outras vias, mas pode ser uma estratégia para evitar sondagens de outros grupos. "Ela vem sendo orientada", cravou o analista.
Carta Branca - Paulinho da Força garantiu que Marília Arraes terá "carta branca" para realizar os diálogos, acordos e composições necessárias para campanha ao Governo do Estado na eleição deste ano. “Marilia chega ao Solidariedade para tirar as amarras que estavam prendendo ela. Ela terá agora a liberdade para conduzir sua candidatura”, garantiu o presidente nacional do SD.