Fundaj recebe acervo de Miguel Arraes


Cerca de 30 mil itens compõem o acervo do advogado e ex-governador de Pernambuco por três vezes Miguel Arraes de Alencar (1916-2005). São fotografias, peças de arte, manuscritos, cartas, registros pessoais e livros. Além de charges, recortes de jornais e uma produção que documentam sua importância para a História. Considerado, em 2013, Patrimônio Cultural de Pernambuco, a herança documental e intelectual de um dos maiores políticos do País foi doada à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) pelo Instituto Miguel Arraes. Dia 13, próxima quarta-feira, são celebrados os 15 anos do seu falecimento e 6 anos da morte de Eduardo Campos, seu neto.


"Uns lutam sempre, esses são para sempre. É com emoção que recebemos esse importante acervo, de alguém que está no panteão dos heróis da pátria.  Junto de Joaquim Nabuco, Delmiro Gouveia  e outros importantes acervos preservados pela Fundaj”, afirma o presidente da Fundação, Antônio Campos, que é neto de Arraes e assinou o termo de doação do acervo juntamente com José Almino de Alencar e Silva Neto, diretor-presidente do Instituto Miguel Arraes e filho mais velho do político.


O acervo estava na casa da família na Rua do Chacon, em Casa Forte. Em várias estantes, em caixas, em móveis. Está preservado. Mas, observa José Almino, precisava ir para um espaço onde fosse catalogado e disponibilizado para pesquisa do público. “São pedaços importantes da história de Pernambuco que estarão disponíveis na Fundaj. É a história do meu pai. Assinar esse termo de doação à Fundação próximo da data dos 15 anos da sua morte, no dia 13, é muito simbólico”, comenta.


José Almino recorda que o pai era excelente datilógrafo. Escrevia cartas e textos na máquina de datilografia e utilizando papel carbono, o que garantiu cópias e, por conseguinte, a preservação da sua história que, agora, ficará no Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira Rodrigo Mello Franco de Andrade (Cehibra), braço documental da Fundaj, em Apipucos, bairro da Zona Norte do Recife. Onde estão as coleções de outros políticos e governadores pernambucanos, como Manoel Borba (1864-1928), Eraldo Gueiros Leite (1912-1983) e Moura Cavalcanti (1925-1994).


Coordenadora do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira Rodrigo Melo Franco de Andrade (Cehibra), Albertina Malta, comenta que a doação é fruto de uma conversa de alguns anos. “É uma coleção que possibilita estudos em várias linhas: sociológica, política, econômica, das relações exteriores, entre outras. A família reconhece a estabilidade da Fundação Joaquim Nabuco, uma Instituição pública, de renome, ligada à Educação. Assim, os acervos estarão aqui preservados para as futuras gerações, como os servidores e técnicos da Casa estão para trabalhar pela memória da história brasileira”, celebra a coordenadora.