Posicionamento | Pediatras cobram medidas contra o trabalho infantil no Brasil


O reforço na fiscalização nos programas de transferência de renda para garantir que a condicionalidade de frequência escolar dos filhos das famílias atendidas seja devidamente cumprida, e a ampliação no número de vagas em escolas e creches para atender a demanda de alunos em suas regiões de residência. Essas são duas sugestões apresentadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para que o País melhore a luta contra o trabalho infantil.

As reivindicações integram manifesto lançado pela entidade, nesta segunda-feira (15), será encaminhado ao Governo Federal. Além desses dois pontos, a SBP defende o fortalecimento de políticas de geração de emprego e renda, sobretudo em áreas de maior vulnerabilidade, com foco na população adulta como meio de reforçar os ganhos familiares, e a criação de uma campanha nacional de conscientização sobre os riscos do trabalho infantil, com a criação de um canal público para acolher denúncias sobre situações de exploração de crianças e adolescentes em situação de trabalho ilegal.

“As propostas da SBP, que historicamente tem se posicionado contra tal prática nociva com base em dados técnicos que atestam os prejuízos que essa atividade provoca, alertam para a legislação vigente e para os acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário e que tratam da prevenção e erradicação imperativa do trabalho infantil. Ao abraçar essa agenda pública, os brasileiros e o governo (em suas diferentes instâncias) demonstrarão efetivamente seu compromisso com um Brasil melhor no futuro”, ressaltou a presidente da entidade, Luciana Rodrigues Silva.

Baixa Renda - Conforme os últimos dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, no Brasil há 2,4 milhões de pessoas com idades entre 5 e 17 anos trabalhando. Desse grupo, os adolescentes pretos e pardos correspondem a 66,2%; quase a metade (49,83%) integra famílias de baixa renda, com rendimento mensal per capita menor do que meio salário mínimo e 76,3% atuava em atividades não agrícolas (indústria, comércio e domicílios).

Assessoria da Sociedade Brasileira de Pediatria