A administração do Hospital Edson
Álvares, no município de Machados, no Agreste Setentrional, estaria sendo usada
para empregar cabos eleitorais e burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),
segundo denúncia feita pelo deputado José Humberto Cavalcanti (PTB). O
parlamentar relatou que os gastos com pessoal do município estão acima dos
limites da LRF e que a gerência da única unidade hospitalar da cidade foi
transferida, no início deste ano, para a Organização Social (OS) de nome “MP
Gestão”, ao custo de R$ 363 mil por mês.
“Apesar desse alto valor pago, o que
se vê é o sucateamento das ambulâncias, a ausência de médicos e medicamentos,
colchões rasgados e falta de limpeza nas dependências”, declarou o deputado.
Para Cavalcanti, “o único motivo para mudar a gestão para a OS foi subverter a
ordem jurídica e poder contratar militantes políticos sem que isso aumentasse a
despesa de pessoal”. Além disso, o hospital estaria contratando profissionais
cuja carreira já existe no âmbito do município, tais como médicos e
enfermeiros, o que para o petebista seria vedado pela Resolução 20/2005, do
Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE).
No tempo reservado à Comunicação de
Lideranças, o líder do Governo na Casa, deputado Waldemar Borges (PSB), pediu
que “seja aguardada a fiscalização do TCE sobre as contas do município, que
devem ser regularizadas até o fim do ano”. Para o socialista, ao transformar o
hospital em OS, a cidade do Agreste Setentrional apenas segue o percurso
trilhado pela gestão da Saúde no Estado, nos últimos anos. “Em Machados, já são
realizados procedimentos que não eram realizados antes. É o mesmo caminho de
avanço seguido pelo Hospital Regional de Arcoverde, que virou um
estabelecimento muito melhor”, pontuou Borges. (Imagem | Divulgação)