O plantão desta quarta-feira (15), no
Hospital Regional José Fernandes Salsa (HRJFS), em Limoeiro, foi marcado pela
falta de medicamentos básicos. A situação acabou refletindo na qualidade do
atendimento, principalmente, no setor da pediatria. A grande quantidade de famílias
buscando a unidade hospitalar e retornando sem a aplicação da medicação deixou a
médica do plantão revoltada. A pediatra Maria Helena quebrou o silêncio e
contou que as crianças estavam sem atendimento devido. “Nós não temos Aerolin
spray para fazer o puff em crianças, não temos máscara de nebulização, que está
em falta, também. Estou simplesmente prescrevendo as medicações e a enfermagem
retorna dizendo que não está fazendo pela falta de máscara e agora pela falta
de Aerolin. Também está faltando Hidrocortisona. É medicação básica. E esse fato não é apenas em
Limoeiro, mas falta medicamento no Estado todo”.
A médica também disse que fez contato
com a direção administrativa, mas o retorno não foi resolutivo: “Falei com
Maurício (do setor administrativo) que trabalha diretamente com a direção do
hospital, expliquei a falta de medicação e ele pediu que entrasse em contato
com o diretor médico, que seria Erivelton, ou então o próprio diretor do
hospital (Roberto Rios), mas eu acho que pela hierarquia deveria ser de diretor
para diretor”. Com uma fila de espera no corredor e uma criança de um ano e
sete meses no consultório, a médica chegou a afirmar indecisão nos
procedimentos. “Agora eu tenho uma criança que está bem cansada, precisa
continuar a medicação, precisa de internamento, e eu não sei o que vou fazer.
Ela está a minha frente, tenho que tomar uma atitude. Acho que vou transferir
para algum lugar, onde ela possa ter acesso às medicações para serem feitas”,
disse Helena.
A médica também apresentou a nossa
reportagem uma lista (abaixo) com aproximadamente 20 medicamentos que estão faltando na
farmácia do HRJFS. A direção da unidade foi procurada pela nossa reportagem,
mas não havia ninguém para nos atender. Quando a nossa
reportagem deixou o hospital, por volta das 20h, a menina e a mãe, residentes na
zona rural de Passira, estavam em atendimento desde o início da tarde. Na manhã
desta quinta (16), o nome dela não constava na lista de transferência. Ainda
não temos informações detalhadas de como transcorreram os demais atendimentos.