A Polícia Federal deflagrou uma
operação, na manhã desta terça-feira (3), para investigar denúncias de fraudes
no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Agreste de Pernambuco.
Irregularidades encontradas na Operação Citrus Prev custaram pelo menos R$ 1
milhão aos cofres da Previdência Social. Estão sendo cumpridos um mandado de
prisão temporária para um homem, 11
mandados de busca e apreensão e 14 de condução coercitiva para dez mulheres e
quatro homens em Camutanga, Limoeiro, Carpina, Lagoa do Carro, Timbaúba e
Paudalho. A agência do INSS de Limoeiro
é alvo de três mandados de busca e apreensão. Além disso, dois servidores e um
empregado contratado do local devem ser afastados.
A investigação começou há dois anos,
depois de uma auditoria realizada pelo INSS identificar a existência de irregularidades
na concessão de pelo menos 46 benefícios concedidos pela agência de Limoeiro. Os
casos foram investigados em 31 inquéritos policiais que atestaram as
irregularidades e também detectaram outras ocorrências que variavam entre a
concessão de auxílios maternidade e reclusão, benefício assistencial e
aposentadorias. A associação criminosa investigada costumava efetuar bloqueios
e desbloqueios de margem consignável para permitir a obtenção de empréstimos
irregulares.
Os crimes identificados são de
falsidade ideológica, estelionato qualificado, corrupção e associação
criminosa. As medidas tomadas hoje visam apurar, entre outras coisas, o
envolvimento de servidores do INSS no esquema. O único preso, um funcionário
terceirizado da agência, é mencionado nas investigações como o elo entre
intermediários e servidores para a liberação dos benefícios. Outros dois
servidores concursados foram levados à sede da Polícia Federal no Recife para
prestar depoimento. Contando com o suspeito preso, 15 pessoas - cinco homens e
10 mulheres - foram ouvidas. A análise de cada concessão está sendo feita
separadamente porque algumas pessoas são tratadas como vítimas.
O prejuízo de R$ 1 milhão foi
identificado a partir dos primeiros 46 benefícios irregulares identificados.
Mas, segundo Marcelo Ávila, o valor poderia ser muito maior caso o esquema
continuasse. “Temos que considerar ainda a estimativa de vida dos beneficiários
e o que seria pago a eles”, estima. A maior parte dos benefícios foi suspensa e
o restante é analisada. Nacionalmente, Ávila destaca que só neste ano outras 10
operações do INSS, em conjunto com a Polícia Federal, evitaram o desvio de R$
100 milhões, levando em conta esse cálculo da estimativa de vida dos
beneficiários. Os recursos desviados nesses esquemas descobertos somam R$ 29
milhões.
O gestor do Ministério do Trabalho e
Previdência Social esclarece que não é necessária a contratação de qualquer
intermediário para buscar benefícios do INSS. “Tem um telefone (135) para
agendar o atendimento na Previdência e evitar esses aproveitadores que lesam a
Previdência e enganam a população”, finaliza. (Informações NE10 | Imagem Reprodução Internet)