A planta da cana-de-açúcar, que tem
vida média de seis safras, está morrendo antes do tempo por conta do déficit
hídrico no solo da Zona da Mata do Estado. A cana não brota mais, com a morte
das socarias, devido a seca sem fim. O cenário reduzirá a nova safra, ampliando
o prejuízo do setor que amargou um déficit de 30% na última safra. Em função da
mortandade, mesmo que haja chuva imediata, a Associação dos Fornecedores de
Cana de Pernambuco já estima uma nova redução de 15% da matéria prima do açúcar
e etanol, em diversos municípios.
Para Alexandre Andrade Lima,
presidente do órgão de classe, o cenário pode ser observado nas cidades da Mata
Norte, como Macaparana, Timbaúba, Aliança, Vicência, Nazaré da Mata, Bueno
Aires, Limoeiro e Carpina; e em Palmares, Jaqueira, Maraial e Catende, na Mata
Sul. “Os canaviais desses municípios já estão pra lá de emergência, estão em
calamidade” diz. O quadro não poderia ser diferente, visto que a seca já dura
mais de um ano. Durante todo o período de formação das lavouras, que
compreendeu os meses de março a agosto, choveu abaixo da média. O cenário
negativo se repetiu nos meses de colheita, que foi de setembro a fevereiro, com
exceção de outubro.
“O déficit pluviométrico promoverá
uma redução dentro da redução, ou seja, prejuízos em cima de prejuízos”, conta
Lima, insatisfeito com a omissão do governo estadual diante da situação. Desde
novembro de 2012, a Associação e o Sindicato dos Cultivadores de Cana do Estado
aguardam o cumprimento da promessa do governo estadual para adotar medidas
públicas para diminuir os efeitos da seca na cultura canavieira. “Na época, o
governador em exercício, João Lyra Neto, anunciou solidariedade ao setor”,
conta Lima. O dirigente diz que o gestor falou que haveria pressa para
resolução do problema, visto que a intervenção governamental não poderia ser
realizada fora do tempo.
Blog A Voz da Vitória