Em pronunciamento proferido na noite
desta quarta-feira (25), na tribuna do Senado Federal, o senador Armando
Monteiro (PTB/PE) manifestou sua preocupação com a seca no Nordeste, sobretudo
no Sertão e no Agreste de Pernambuco. “Há 29 municípios em estado de
emergência, 22 no Sertão e sete no Agreste, impactando diretamente a vida de
300 mil pessoas. Os efeitos da estiagem atingem a agricultura e a pecuária.
Cerca de cem mil pequenos produtores rurais do Sertão já perderam suas lavouras
de milho e feijão”, apontou o senador, destacando que cerca de 300 mil
toneladas de alimentos já deixaram de ser produzidas, conforme dados da
Secretária de Agricultura e Reforma Agrária de Pernambuco.
Segundo o senador, a situação é grave
e em muitos casos irreversível em termos de perdas econômicas. “Os criadores
intensificaram as vendas para abate, receosos com a falta de pastagens e perda
de peso dos animais. Nesse momento, é preciso salvar os rebanhos bovino,
caprino e ovino, que somam seis milhões de cabeças e representam o principal
capital dos pecuaristas da região”, disse.
Armando Monteiro parabenizou a forma
ágil que a presidente Dilma Rousseff vem enfrentando o problema. “Quero saudar
a forma ágil com que o Governo Federal, especialmente a presidente Dilma, vem
garantindo a liberação de recursos para o enfrentamento desse quadro. Refiro-me
à publicação da Medida Provisória nº 566, que já contempla a liberação de
créditos extraordinários para o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Ministério
da Integração, que se destinam às ações de caráter emergencial, como a garantia
do seguro-safra, assistência financeira aos produtores não cobertos por esse
sistema, o Bolsa Estiagem e ações na área de defesa civil”, elogiou.
Para Armando Monteiro, é preciso
investir em projetos estruturantes para evitar a utilização de soluções
paliativas, como é o caso dos carros-pipa. “Há décadas registramos o tempo
passar e lamentavelmente utilizamos de soluções emergenciais como os
carros-pipa, quando já poderíamos ter implementado projetos de caráter
estruturante, que pudessem, de alguma forma atenuar esse quadro, assim como
combater o problema”, ponderou.
As iniciativas deflagradas no governo
do ex-presidente Lula, para combater a seca no Nordeste, também foram lembradas
pelo senador, como a construção da transposição do rio São Francisco. “Temos de
louvar algumas iniciativas do presidente Lula quando bancou o projeto da
transposição do São Francisco. O importante é que alguns eixos da transposição
viabilizarão a possibilidade de que uma nova rede de adutoras possa ser
implantada, fazendo desses pontos eixos de captação de água para o atendimento
de áreas. No caso de Pernambuco, por exemplo, há um projeto da adutora do
agreste que poderá vir a beneficiar 60 municípios dessa região, considerada a
de maior densidade demográfica, com alto déficit hídrico no nosso Estado”.
Ao final do discurso o senador
ressaltou as ações céleres encampadas pelo ministro da Integração Nacional,
Fernando Bezerra Coelho. “O ministro Fernando Bezerra tem atuado de forma firme
na tomada de decisões. Além disso, ele irá coordenar e administrar as ações
definidas pelo governo federal para o combate a seca no nordeste”, destacou.
Foto: Ana Volpe / Agência Senado
