Severino Cavalcanti diz que não se arrepende de denúncia do padre italiano


O ex-deputado federal Severino Cavalcanti (PP), 81, disse que não se arrepende de ter denunciado ao regime militar o padre italiano Vito Miracapillo, 65. Em 1980, o religioso foi expulso do país após se negar a celebrar uma missa pelo Dia da Independência na cidade pernambucana de Ribeirão. “Ele tinha uma posição prejudicial ao bom andamento das coisas em Ribeirão. Era outro momento. A posição que ele tomou não era conveniente naquela época”, disse Cavalcanti, que era então deputado estadual pela Arena.


Miracapillo voltou a Pernambuco nesta semana e irá celebrar uma missa em Ribeirão hoje à noite para comemorar a decisão do Ministério da Justiça, que autorizou a renovação de seu visto permanente. Quando desembarcou em Recife, na última terça, o padre disse que perdoou os responsáveis por sua expulsão e que concordaria em se encontrar com Severino Cavalcanti. Atual prefeito de João Alfredo (167 km de Recife), o ex-deputado também disse que aceitaria um encontro. “Não tenho nada pessoal [contra o padre]. A hora que ele quiser marcar estou pronto para atender.”


Questionado pela Folha se tomaria a mesma atitude nos dias de hoje, Severino foi evasivo. “Agora ele vem mais equilibrado. Acho que ele não iria mais tomar essa atitude.” Depois de celebrar ontem (07) a primeira missa em Ribeirão desde sua expulsão, o padre terá de voltar a Itália, onde é pároco na cidade de Canosa. (Imagem Sérgio Lima - Folha Press)


Folha de São Paulo