Até que ponto uma tradição deve ser
mantida mesmo colocando em risco a integridade física das pessoas? Essa
pergunta se aplica bem a tradicional “guerra de buscapés”, realizada no
município de João Alfredo, no Agreste Setentrional. A “brincadeira” divide
opiniões entre os joãoalfredenses – ao mesmo tempo em que deixa rastros de
destruição no Centro da cidade.
A disputa acontece dentro do ciclo
junino, obrigando moradores e comerciantes a se trancarem durante as horas de
combate. Os buscapés deixam suas marcas por onde passam. Muros, fachadas de
lojas, calçadas e postes. E o que sempre foi tradição ao longo dos anos vem se
firmando como insatisfação. Os corajosos participantes sabem dos perigos, mas a
adrenalina parece ser maior do que o risco, resultando mais tarde em uma
demanda acima do normal no hospital local com as vítimas de queimaduras.
Nas redes sociais, os moradores
comentaram a insatisfação com a brincadeira perigosa. “Sou contra, pois moro em
frente à praça Calumbi e passo a noite sem dormir com o barulho e a fumaça
dentro de casa”, conta Maria Arruda. Já
o internauta David Arruda diz que “deveria ter um local fora cidade para essa
guerra”. Edilma Maria também segue o pensamento contrário. “Sou totalmente
contra. Tradição de mau gosto”, reclama.
Há também quem pondere. É o caso de
Simone Araújo. Ela diz que “quem não quer se queimar não vai para o meio”. Num
total de 12 postagens no Facebook abaixo da imagem, 11 pessoas foram contrárias
a realização da “guerra de buscapés” no Centro de João Alfredo.